O fator intangível: ativando diferenciação e crescimento nas organizações

Como explicar que as práticas nas organizações estão voltadas para os aspectos tangíveis, como um plano tático de marketing, performance, enquanto as principais questões e problemas a serem resolvidos para que elas possam crescer e se desenvolver estão conectados aos aspectos intangíveis, como cultura e marca?

As empresas, assim como as sociedades, são impactadas pelas constantes transformações do mundo ao seu redor. Em meio a essas mudanças, organizações buscam constantemente se destacar, crescer e prosperar.

No entanto, o que de fato as diferencia e impulsiona seu sucesso?

Mais do que estratégias de mercado ou investimentos tecnológicos, é a combinação de inteligência e saúde organizacional que forma a base de empresas bem-sucedidas, como destaca Patrick Lencioni. Mas será que essa equação é, de fato, simples de implementar no ambiente corporativo atual?”

Ao olharmos para os fundamentos de inteligência e aos sinais da saúde organizacional, podemos fazer uma analogia ao tangível e ao intangível, respectivamente. Podemos ver no mercado que a maioria das práticas e foco de energia estão voltados para os ativos tangíveis: elaborar uma sólida estratégia, um bom plano tático de marketing, performance de vendas, estruturar a parte financeira e investir em tecnologia, aspectos fundamentais para os negócios. Algo compreensível, já que são perspectivas com métricas claras. Mas estes aspectos são, em si, suficientes para estabelecer uma organização bem-sucedida?

Em seu livro “A Vantagem Decisiva“, Lencioni menciona dois requisitos para o sucesso das organizações que dividem o foco dos gestores: a inteligência e a saúde organizacional. A inteligência abrange fundamentos clássicos de negócios como estratégia, marketing, finanças e tecnologia. Já a saúde organizacional pode ser reconhecida por sinais como alto engajamento, alta produtividade, baixa politicagem, baixa desorganização e baixa rotatividade.

Quando olhamos para dentro das companhias, identificamos que as principais questões e problemas a serem resolvidos para que elas possam crescer e se desenvolver estão conectados aos aspectos intangíveis – relação entre lideranças, relação entre níveis e times, clareza na sua comunicação, clima do ambiente de trabalho, senso de pertencimento, engajamento de colaboradores e baixo turnover, apenas para citar alguns deles. Uma organização saudável, com uma cultura clara e bem estabelecida, ficará mais inteligente com o tempo. As pessoas aprendem umas com as outras, identificam pontos críticos, aprendem com seus erros e os corrigem com agilidade, sua comunicação é clara e é reforçada com frequência. Tudo isso coopera para a criação de um ambiente de trabalho saudável, que potencializa seus colaboradores e times, impactando positivamente na produtividade e, consequentemente, gerando melhores resultados.

“A maior vantagem que qualquer empresa pode alcançar é sua saúde organizacional. No entanto, embora seja algo simples, gratuito e acessível, é ignorado pela maioria de seus líderes”. Patrick Lencioni

Em contrapartida, quando o foco da organização está somente na inteligência, ela não tem a oportunidade de se tornar mais saudável. A tendência é exatamente o oposto: as pessoas guardam informações, escondem problemas, não admitem seus erros e sua comunicação é repleta de ruídos, resultando em erros táticos e estratégicos.

Ao negligenciar a saúde organizacional, o impacto financeiro é inevitável – recursos e tempo são desperdiçados, a produtividade é reduzida e o turnover aumenta. No CONARH 2024, foi apresentada uma pesquisa da Sólides mostrando que o Brasil perde, no mínimo, 600 bilhões de reais ao ano com desligamentos, liderando o índice de rotatividade de funcionários em todo o mundo com 56%. Ainda, entre 10 demissões, 8 são devido a comportamento. E 84% das empresas nacionais têm dificuldade para contratar profissionais.

Concordo que iniciar o processo de transformação com foco na saúde da organização não é uma tarefa fácil. Mas a importância deste movimento impacta não somente os resultados financeiros da sua organização, mas também a qualidade de vida dos seus colaboradores e suas famílias. O segredo está na coragem de começar: analise a situação atual, desenvolva um plano consistente e mensurável, e acompanhe o processo de forma constante.

Para te inspirar a uma reflexão mais profunda e estratégica, fica aqui o meu convite para que você pondere as seguintes questões:

  1. Como minha atuação influencia a comunicação e a clareza de objetivos dentro da empresa?
  2. O quanto minha visão e valores contribuem para criar uma cultura que retém talentos e promove o crescimento das pessoas?
  3. Tenho disposição para impulsionar a mudança e criar um ambiente organizacional mais saudável e colaborativo?

Ao refletirmos atentamente sobre essas questões, sabemos da importância de se trabalhar o intangível dentro das organizações, de maneira que, com uma boa saúde, a inteligência pode, e será, potencializada.

VAMOS CONVERSAR?
Estamos esperando para impulsionar
o potencial do seu time!